ONICOMICOSE - MICOSE UNGUEAL
TRATAMENTO - TÓPICO, ORAL & LASER
Onicomicose é termo genérico usado para descrever os processos patológicos de etiologia fúngica que acometem a unidade ungueal. A onicomicose pode ser causada por uma grande diversidade de espécies fúngicas, as quais, através de mecanismos patogênicos peculiares, ao invadirem o espaço subungueal e a lâmina ungueal, determinam uma grande gama de alterações morfológicas (Tabela 1).
A doença é responsável por 15 a 40% de todas as doenças ungueais, e afeta cerca de 5-10% de toda a população mundial. Seu tratamento é desafiador tanto por ser prolongado, ter alto custo e apresentar risco de toxicidade sistêmica no caso do tratamento oral com antifúngicos (Tabela 2). Além disso, o diagnóstico da doença é dificultado pela baixa sensibilidade e acurácia dos exames, bem como, há alta taxa de falência terapêutica, recidiva e reinfecção, fatores estes ligados à baixa penetração e à dificuldade de manutenção de níveis adequados dos medicamentos no sítio da infecção.
A onicomicose pode causar desde simples constrangimento aos pacientes acometidos, bem como atuar como porta de entrada a outros agentes infecciosos, predispondo a infecções regionais ou sistêmicas, como erisipela e celulite, sobretudo em pacientes portadores de comorbidades, e.g. imunossupressão, insuficiência venosa periférica e diabetes melito. Tais dados, por si só, já justificariam os esforços em tratar precocemente estes pacientes. Entretanto, é sabido que tais grupos de pacientes são usualmente poli medicados e, por conseguinte, estão em demasia sujeitos à ocorrência de interações medicamentosas indesejadas, justificando cautela na indicação de antifúngicos sistêmicos a tais indivíduos.
Desta forma, o emprego de vários lasers disponíveis no mercado no tratamento da condição tem sido de grande valia pois eles carecem de toxicidade sistêmica, geram pequeno ou nenhum dano local às unhas tratadas e auxiliam na redução do tempo de tratamento e na carga de medicações orais ou tópicas nas situações em que seu uso ainda se fizer necessário.
O tratamento a laser usa o princípio da fototermólise seletiva, onde são exploradas as diferenças na absorção de energia do laser e na condutividade térmica entre a infecção fúngica e o tecido circundante. A absorção da energia do laser pelos fungos resulta na conversão da energia em calor ou energia mecânica, e, sendo os fungos sensíveis ao calor acima de 55°C, o tratamento resulta na morte dos mesmos. No entanto, o aquecimento do tecido dérmico adjance às unhas a temperaturas acima de 40°C por longos períodos poderia resultar em danos permanes. Por cosenguinte, a energia do laser é entregue em pequenos pulsos (mili ou microsegundos), permitindo a dissipação do calor pelo tecido humano através de sua condução térmica superior em relação aos fungos, provocando um dano seletivo a estes últimos. Além do dado térmico e mecânico, acredita-se que a terapia com o laser também curse com modificações no sistema imunológico e mudanças no microambiente do aparelho ungueal.
As sessões são realizadas com intervalos de 4 a 6 semanas, e não determinam qualquer necessidade de afastamento das atividades do dia-a-dia. A aplicação gera pequeno ou mínimo desconforto e nenhum dano visível às unhas. O uso de esmaltes cosméticos pode ser mantido durante todo o tratamento.
Em geral, são necessárias várias sessões de tratamento até que se obtenha completa cura clínica da infecção.